Tão Longe, Porém Tão Perto
Bom dia!
Ontem, 07/04/2011, ocorreu aquele fato que não merece comentários, apenas reflexão.
Não me aprofundei nas questões que envolveram o ocorrido, nem tenho interesse em relação a isso. Me sinto muito mal quando assisto determinadas coisas e ao mesmo tempo, continuar com a sensação de impotência em não poder mudar nada daquilo que ocorreu ou vem acontecendo em outras situações. Interessante, se assim posso dizer, é que numa situação dessas não temos como acusar um culpado especificamente. Porém nos faz refletir sobre diversas situações.
Muitas vezes, assistindo uma cena dessas, dizemos: “Alguém precisa fazer alguma coisa!”. Acho que a maioria diz isso, mas ninguém se levanta do sofá para se mobilizar e começar a mudar, apenas jogam a responsabilidade para alguém, enquanto todos somos culpados por ninguém fazer nada.
Nos baseamos, quase que exclusivamente, no que assistimos pela TV e pelos jornais. Mas e aquilo que não é divulgado e está tão perto de nós que mesmo assim apenas deixamos como está? Um exemplo para isso, foi a favelização dos morros cariocas. Foram deixando as pessoas se instalarem, não foi divulgado na imprensa e, uma coisa que estava tão longe de nós, estava mais perto do que pensávamos.
Ficamos questionando sobre Libia, Egito, Iraque, Afeganistão, China, mas temos diversas coisas a serem tratadas aqui, em conjunto pela população brasileira, que uma coisa que está longe da gente, se torna muito próximo, e o que está tão próximo, ao mesmo tempo observamos longe, como se isso nunca fosse acontecer realmente. Somos conduzidos por informações que nos são passadas, mas ficamos cegos pelas rotinas de vida que possuímos e não observamos o mínimo que ocorre tão perto de nós mesmos.
Hoje vivemos um momento no país, de desenvolvimento forçado que as circunstancias mundiais impuseram perante a nossa sociedade. O Brasil hoje se tornou um país para se investir. Infelizmente não nos preparamos realmente para esse momento, não investimos em educação e isso reflete diretamente na formação do cidadão brasileiro.
O que mais me chocou, além de tudo o caos que foi criado, foi a aparência da escola, da falta de estrutura que uma escola pública no Rio de Janeiro, um dos principais Estados do Brasil, possui. Isso vem de anos sem investimentos, não é de agora, mas a formação dos nossos filhos e criação de caráter de uma criança, ela não se faz apenas por educação familiar. É através da escola que as pessoas formam sua relação social, sua personalidade. Se o Estado não investe na formação de cidadãos, ele corrompe a formação intelectual de cada aluno de escola pública que vai passar tempo na escola para os pais poderem trabalhar. Muitas vezes, mal tem aulas e professores. Desses muitos, poucos terão a percepção de que estudar é a solução que terão que buscar para mudarem a situação a qual se encontram. E essas crianças que forem mal formadas como cidadãos, terão uma visão que passarão aos seus filhos e em alguns anos teremos cada vez mais pessoas se questionando e questionando o sistema que envolve todo nosso cotidiano, tendo que buscar meios alternativos para sobreviverem ou tentarem mudar o mundo da maneira que acham certo.
Já passou da hora dos Governantes e , principalmente a população, de realmente querer fazer o certo e construirmos um país sólido e com cidadãos conscientes do que é certo e do que é errado e onde isso interferirá diretamente no desenvolvimento do país e em suas vidas, particularmente.
Não adianta ficar só aumentando taxa de juros como controle de inflação, quando precisamos realmente é de investimento no desenvolvimento social e econômico do país, se baseando na educação das pessoas. A ausência do Estado e a forma com que nos importamos com aquilo que parece tão longe de nós, porém está tão perto, é o que nos faz assistir cenas como aquelas que ocorreram ontem.
“Alguém precisa fazer alguma coisa!” e esse alguém pode ser você!
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