Economia Brasileira numa Sinuca de Bico.
Bom dia!
Recentemente escrevi sobre o ciclo vicioso perverso que temos devido o pais se basear num índice como indexador da inflação, com um percentual com quase 50% do índice, dependente de sazonalidade das commodities.
No final do ano passado, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia dito que o Governo estaria estudando um novo índice para medir a inflação do Brasil, excluindo alimentos e combustíveis. Acredito que chegou a hora dessa mudança.
O país entrou numa sinuca de bico em termos de sua economia: Como fazer o país crescer e se desenvolver sem elevação da taxa de inflação? Hoje, a inflação varia 0,25% o Banco Central eleva a taxa de juros. Elevando a taxa de juros, inibe o investimento produtivo e as empresas produzem menos. Essa alta da taxa de juros atrai capital especulativo para o pais, aumentando a circulação de dólares. Essa mesma elevada taxa de juros, faz com que empresas brasileiras captem recursos financeiros no exterior com juros muito menores que são oferecidos as empresas e consumidores brasileiros aqui no país. Esse recursos entram no país e aumentam ainda a circulação de dólares e oferta monetária. Com essa desvalorização do dólar diante do Real, empresas exportadoras perdem competitividade diante o mercado mundial, inibindo o interesse em exportar, por ter o Real supervalorizado. Empresas nacionais de bens de consumo perdem competitividade pela população poder importar produtos de melhor qualidade a um preço mais baixo, pelo dólar está a desvalorizado diante do Real. O Governo terá que pagar um valor maior pelos títulos da divida publica. Anualmente gira em torno de 180bilhões. Como tem que pagar mais pelos altos, precisa arrecadar mais, elevando a carga tributária e refletindo novamente no aumento de preço para os consumidores finais. Isso tudo ocorre devido a um índice que mede a inflação que o Governo se baseia controlar a economia monetária e fiscal do país.
Agora vamos fazer o caminho reverso, com a alteração do índice de inflação que se baseia a economia brasileira, retirando o percentual de alimentação e combustíveis.
Esses dois itens, por serem commodities, variam de acordo com diversos fatores e não apenas pela elevação do consumo da população. Por isso considero que esses percentual deva ser retirado do índice global de inflação do país, já que acaba refletindo diretamente em toda política monetária e fiscal do Governo brasileiro.
Imaginemos então, que esses dois itens representam 40% do total do IPCA. Se a meta de inflação é de 4,5%a.a, reduzindo esse valor em 40% daria um valor de 2,7%aa, quase chegando ao limite mínimo de variação permitida. Vamos então arredondá-lo para 2,5% a.a. ,como refletiria isso em relação a política econômica e fiscal do Brasil? Automáticamente, não precisaríamos ter uma taxa de juros tão elevadas, a maior do mundo. Pagaríamos menos juros anualmente, tendo mais dinheiro em caixa e podendo reinvestir em saúde, educação, infra-estrutura. Como haveria mais caixa, o Governo poderia reduzir os impostos, refletindo diretamente na produção e na redução do preço dos consumidores finais. Com a redução da taxa de juros, empresas teriam incentivo a investir e ofertar mais produtos, aumentando a competição e reduzindo ainda mais os preços. Com novos investimentos privados, empresas precisariam contratar mais para comporem seus quadros funcionais, aumentando a renda e gerando inclusão de uma classe excluída da sociedade. As pessoas com sua renda maior, consumiriam mais e recolheriam mais impostos para o Governo, fazendo que a arrecadação aumentasse, podendo reinvestir o dinheiro novamente em bens públicos voltados para qualidade de vida da população.
Percebam como apenas um índice que é dependente da variação sazonal de commodities, interfere diretamente em toda política monetária e fiscal brasileira. Não podemos ficar dependente de um indexador que nos coloca em situações e fragilidades extremadas diantes das outras economias do mundo, onde ao invés de usarmos o dinheiro que recolhemos através de impostos para o bem da população, redirecionar um percentual desse valor para pagar 180bilhões por ano a investidores e banqueiros nacionais e internacionais, enquanto a população continua tendo serviços públicos de baixa qualidade e sem perspectiva em relação ao futuro.
Vamos cobrar uma mobilização imediata dos responsáveis pela política monetária e fiscal do país, para que possamos realmente chegar a um patamar de 5°maior economia do mundo até 2020.
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