O Descontrole Econômico e o Social
Há alguns meses tivemos eleições no Brasil. Vimos diversas
discussões e estratégias para um possível convencimento da população para votar
em determinado candidato, em alguns momentos, sem se privarem de mentiras e
ataques pessoais.
Independente da orientação política de cada um, e se levando
para uma análise técnica da situação econômica do país, era projetado pelo
mercado, caso houvesse a continuidade do Governo que lá estava, e foi o que a
população entendeu que deveria permanecer, que a economia brasileira viveria
momentos de instabilidade econômica em 2015, pela má gestão da política
econômica nos últimos quatro anos de governo. Muitos, até por desconhecimento
técnico, acreditaram que estava tudo bem e que ficaria melhor ainda. Porém, não
era a realidade vendida e o que estamos vendo com poucos dias passados em 2015.
O desenvolvimento econômico e social andam juntos. Se não há
controle e políticas econômicas capazes de gerar crescimento e desenvolvimento
do país, afeta o social. Só por isso o Governo Lula conseguiu investir em
programas sociais. A manutenção da política econômica, sem intervenção política
direta na economia, desde a estabilização monetária pelo Plano Real, deu
condições para o país crescer e ganhar credibilidade no cenário Mundial. Tanto
é que, em plena crise Mundial o país recebeu, através de agências de risco,
recebeu o grau de investimento, mostrando para o Mundo, que o Brasil era um
país que se poderia investir.
Alguns anos depois, em 2010, o Brasil recebeu sua segunda
nota positiva, que num momento de crise Mundial, atraiu diversos recursos e
investimentos estrangeiros, elevando a geração de emprego e renda. Novas
industrias se instalaram no país, setores como o de óleo e gás receberam
investimentos altíssimos para produção de plataformas e isso gerou contratação
de milhares de pessoas na área, os setores de serviços cresceram, etc. Diversos
jornais do Mundo diziam que enfim havia chegado a hora do Brasil decolar. Decolou,
planou e caiu, sem ter forças para voar mais alto!
Com a mudança de Governo, em 2011, algumas mudanças foram
feitas na política econômica, aquela mesma que vinha sendo mantida desde a
estabilização da moeda como Plano Real. Isso ocasionou no descontrole dos
indicadores econômicos, mas mesmo assim mantendo ainda uma certa credibilidade
em relação ao mercado. O ponto principal era o controle da inflação.
No entanto, essa alteração na política econômica e uma nova
maneira gerir a economia brasileira, através de intervenção política, começou a
gerar uma falta de credibilidade e uma incerteza em relação ao futuro da
economia do país. A intervenção da presidenta na economia, tirou a
credibilidade que o país teve durante 16 anos até a entrada dela. Quando se
muda as regras do jogo durante o jogo, isso não atrai “jogadores” e esses irão
buscar outros “campos” para jogarem e terem melhores resultados. Toda essa
mudança de política econômica e a intervenção direta na economia, nos levou
para uma recessão técnica no ano de 2014. Por mais que dissessem que nada
mudaria, que tudo ficaria melhor, o próprio Governo sabia que teria que haver
mudanças e, caso não houvessem, isso poderia gerar um descontrole econômico e
social de tamanho tal, que perderíamos toda aquela credibilidade construída durante
16 anos.
Começamos 2015 com vários ajustes necessários para que a
nossa economia volte a ter minimamente credibilidade diante ao mercado Mundial.
Infelizmente, diante de tanto descontrole econômico principalmente nesse último
ano, vai nos custar caro e que sofrerá, serão a população de mais baixa renda e
a classe média em geral, que sempre acabam sendo sacrificados para que o
Governo continue gastando de forma irresponsável, repassando a conta através de
elevação de impostos, reduzindo ainda mais a capacidade de pagamento das
famílias.
O ano de 2015 será de ajustes. Não teremos como fugir disso
se quisermos tentar recuperarmos minimamente a credibilidade que nos colocou
como um país sério, que cumpria seus compromissos e contratos firmados. Infelizmente
o descontrole econômico foi tanto nesses últimos quatro anos, que haverá cortes
em investimento público em diversas áreas essenciais para o desenvolvimento do
país. O descontrole foi tanto, que será preciso a elevação de juros para conter
a inflação que já está 0,5% acima do teto da meta que é de 6,5%. Esse
descontrole dos últimos quatro anos vai gerar desemprego e, inclusive, já
alteraram a regra do seguro desemprego que começou a valer em 2015. Quando se
eleva os juros básicos da economia, a Taxa SELIC, se eleva o custo de capital
para investimento, reduzindo a capacidade de investimento das empresas, que se
sentirão inseguras em investirem num cenário cheio de incertezas, reduzindo
suas capacidades de produção, chegando a necessidade de reduzir seus custos,
refletindo diretamente no trabalhador.
O ano de 2015 será de recessão, de retração da economia, de
menor investimento público, de ajustes de preços que foram mantidos baixos para
manterem a meta de inflação nos anos anteriores com cunho político, de elevação
nos impostos, de inflação alta, de fragilidade da economia em relação a
possíveis perdas de notas de créditos(aquelas mesmas que nos levaram ao grau de
investimento alguns anos atrás) e com a possibilidade de elevação da taxas de
juros americana por eles não precisarem mais de incentivos em sua economia, podendo gerar complicações e reflexos para 2016.
Estamos vivendo uma crise de incertezas, econômica, social e
institucional, gerada por descontrole na condução da economia nesses últimos
quatro anos, que gerará diversas mazelas a população, refletindo diretamente no
social. É de fundamental importância para a população que entendam a real
situação da economia brasileira hoje. Podemos sofrer por apenas esse ano, como
isso pode se estender por mais tempo. Aquele país que um dia se esperava que
fosse decolar e se tornar em um país com uma economia sólida, ficou para trás.
Agora é recomeçar a mostrar para o Mundo que somos capazes de nos
reestruturarmos e que esses últimos quatro anos não representam o que os
brasileiros querem. Infelizmente o contrário foi dito pela maioria nas
eleições, induzidos pelas propagandas em sua maioria, que agora sofrerão pela
manutenção daquilo que nos trouxe a vivermos nessa situação hoje.
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