quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O Descontrole Econômico e o Social




O Descontrole Econômico e o Social

Há alguns meses tivemos eleições no Brasil. Vimos diversas discussões e estratégias para um possível convencimento da população para votar em determinado candidato, em alguns momentos, sem se privarem de mentiras e ataques pessoais.

Independente da orientação política de cada um, e se levando para uma análise técnica da situação econômica do país, era projetado pelo mercado, caso houvesse a continuidade do Governo que lá estava, e foi o que a população entendeu que deveria permanecer, que a economia brasileira viveria momentos de instabilidade econômica em 2015, pela má gestão da política econômica nos últimos quatro anos de governo. Muitos, até por desconhecimento técnico, acreditaram que estava tudo bem e que ficaria melhor ainda. Porém, não era a realidade vendida e o que estamos vendo com poucos dias passados em 2015.

O desenvolvimento econômico e social andam juntos. Se não há controle e políticas econômicas capazes de gerar crescimento e desenvolvimento do país, afeta o social. Só por isso o Governo Lula conseguiu investir em programas sociais. A manutenção da política econômica, sem intervenção política direta na economia, desde a estabilização monetária pelo Plano Real, deu condições para o país crescer e ganhar credibilidade no cenário Mundial. Tanto é que, em plena crise Mundial o país recebeu, através de agências de risco, recebeu o grau de investimento, mostrando para o Mundo, que o Brasil era um país que se poderia investir.

Alguns anos depois, em 2010, o Brasil recebeu sua segunda nota positiva, que num momento de crise Mundial, atraiu diversos recursos e investimentos estrangeiros, elevando a geração de emprego e renda. Novas industrias se instalaram no país, setores como o de óleo e gás receberam investimentos altíssimos para produção de plataformas e isso gerou contratação de milhares de pessoas na área, os setores de serviços cresceram, etc. Diversos jornais do Mundo diziam que enfim havia chegado a hora do Brasil decolar. Decolou, planou e caiu, sem ter forças para voar mais alto!

Com a mudança de Governo, em 2011, algumas mudanças foram feitas na política econômica, aquela mesma que vinha sendo mantida desde a estabilização da moeda como Plano Real. Isso ocasionou no descontrole dos indicadores econômicos, mas mesmo assim mantendo ainda uma certa credibilidade em relação ao mercado. O ponto principal era o controle da inflação.

No entanto, essa alteração na política econômica e uma nova maneira gerir a economia brasileira, através de intervenção política, começou a gerar uma falta de credibilidade e uma incerteza em relação ao futuro da economia do país. A intervenção da presidenta na economia, tirou a credibilidade que o país teve durante 16 anos até a entrada dela. Quando se muda as regras do jogo durante o jogo, isso não atrai “jogadores” e esses irão buscar outros “campos” para jogarem e terem melhores resultados. Toda essa mudança de política econômica e a intervenção direta na economia, nos levou para uma recessão técnica no ano de 2014. Por mais que dissessem que nada mudaria, que tudo ficaria melhor, o próprio Governo sabia que teria que haver mudanças e, caso não houvessem, isso poderia gerar um descontrole econômico e social de tamanho tal, que perderíamos toda aquela credibilidade construída durante 16 anos.

Começamos 2015 com vários ajustes necessários para que a nossa economia volte a ter minimamente credibilidade diante ao mercado Mundial. Infelizmente, diante de tanto descontrole econômico principalmente nesse último ano, vai nos custar caro e que sofrerá, serão a população de mais baixa renda e a classe média em geral, que sempre acabam sendo sacrificados para que o Governo continue gastando de forma irresponsável, repassando a conta através de elevação de impostos, reduzindo ainda mais a capacidade de pagamento das famílias.

O ano de 2015 será de ajustes. Não teremos como fugir disso se quisermos tentar recuperarmos minimamente a credibilidade que nos colocou como um país sério, que cumpria seus compromissos e contratos firmados. Infelizmente o descontrole econômico foi tanto nesses últimos quatro anos, que haverá cortes em investimento público em diversas áreas essenciais para o desenvolvimento do país. O descontrole foi tanto, que será preciso a elevação de juros para conter a inflação que já está 0,5% acima do teto da meta que é de 6,5%. Esse descontrole dos últimos quatro anos vai gerar desemprego e, inclusive, já alteraram a regra do seguro desemprego que começou a valer em 2015. Quando se eleva os juros básicos da economia, a Taxa SELIC, se eleva o custo de capital para investimento, reduzindo a capacidade de investimento das empresas, que se sentirão inseguras em investirem num cenário cheio de incertezas, reduzindo suas capacidades de produção, chegando a necessidade de reduzir seus custos, refletindo diretamente no trabalhador.

O ano de 2015 será de recessão, de retração da economia, de menor investimento público, de ajustes de preços que foram mantidos baixos para manterem a meta de inflação nos anos anteriores com cunho político, de elevação nos impostos, de inflação alta, de fragilidade da economia em relação a possíveis perdas de notas de créditos(aquelas mesmas que nos levaram ao grau de investimento alguns anos atrás) e com a possibilidade de elevação da taxas de juros americana por eles não precisarem mais de incentivos em sua economia, podendo gerar complicações e reflexos para 2016.


Estamos vivendo uma crise de incertezas, econômica, social e institucional, gerada por descontrole na condução da economia nesses últimos quatro anos, que gerará diversas mazelas a população, refletindo diretamente no social. É de fundamental importância para a população que entendam a real situação da economia brasileira hoje. Podemos sofrer por apenas esse ano, como isso pode se estender por mais tempo. Aquele país que um dia se esperava que fosse decolar e se tornar em um país com uma economia sólida, ficou para trás. Agora é recomeçar a mostrar para o Mundo que somos capazes de nos reestruturarmos e que esses últimos quatro anos não representam o que os brasileiros querem. Infelizmente o contrário foi dito pela maioria nas eleições, induzidos pelas propagandas em sua maioria, que agora sofrerão pela manutenção daquilo que nos trouxe a vivermos nessa situação hoje.

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