sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Moedas Comunitárias como Forma de Desenvolvimento da Economia Local.

Moedas Comunitárias como Forma de Desenvolvimento da Economia Local.

Bom dia!

Assistindo o telejornal hoje pela manhã, ví a noticia sobre a criação de uma moeda, o CDD, que circulará na comunidade da Cidade de Deus, aqui na Cidade do Rio de Janeiro. Essa idéia foi inicialmente criada em Palmas para o desenvolvimento local da região. Algumas cidades estão aderindo como forma de reter receita e manutenção do desenvolvimento do comércio local. Mas como isso funciona realmente? Qual a finalidade da moeda na economia? Por que foi criada?

A história da moeda é muito interessante. Imagine você num mundo onde não exista moeda como meio de troca e você quer ter um guarda-chuva possuindo apenas laranjas para oferecer em troca. Para se conseguir o guarda-chuva, você precisaria encontrar alguém que estivesse oferecendo guarda-chuva e ao mesmo tempo aceitasse suas laranjas. Que dificuldade para conseguir um guarda-chuva, não é? Hoje isso seria inviável e muitos não devem nem conseguir imaginar como isso acontecia.

Nesse período, existiam cidades ”mercado”, onde pessoas se encontravam para trocarem suas mercadorias, escambo, por outras de seu interesse. Se lembram das especiarias? Muitos as comercializavam nesse locais e com o tempo, as pessoas foram percebendo que deveriam utilizar um meio comum para facilitar o comércio. Foi a partir daí que se criaram moedas, a principio de ouro e prata, como meio de troca, sendo essa umas das principais características da moeda, papel moeda, hoje na economia.

Hoje, quando algumas cidades criam efetivamente uma moeda local, a intenção real delas é fazer com que retenham receitas e aumentem o comércio local na região, se desenvolvendo e aumentando a renda dentro da própria comunidade. Essa circulação de moeda própria dentro de comunidades específicas, aquece o comércio local, gerando empregos e incentiva o consumo dentro da própria comunidade.

Um ponto importante para a utilização de uma moeda comunitária é o controle de emissão de moeda. Como essa moeda está sendo emitida e substituindo o Real dentro da comunidade, precisa-se manter o controle de sua emissão para não haver uma inflação nos preços locais e desestimular a utilização da moeda comunitária. Como muito mais pessoas começarão a consumir no comércio local por terem desconto nos produtos, os comerciantes precisam criar estratégias na formação de seus preços para se manterem competitivos dentro da comunidade pois competirão com mercados “externos” com maior poder de compra dos dele.

É importante incentivar o empreendedorismo dentro dessas comunidades e a criação de um produto ou serviço diferenciado dentro da própria comunidade, quase exclusivo para que eles tenham algo diferente dos mercados “externos” a eles e façam a manutenção da circulação de sua moeda e o desenvolvimento local.

Essa iniciativa pode vir a ser, quem sabe, um modelo de moeda Estadual, incentivando o desenvolvimento regional da indústria local. O problema principal em relação a aceitação de diversos meios de troca é uma maior dificuldade do controle monetário daquela região, gerando inflação por excesso de moedas em circulação.

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