Novas Regras dos Cartões de Crédito: Redução do Endividamento?

Novas Regras dos Cartões de Crédito: Redução do Endividamento?

Bom dia!

Recentemente o Banco Central criou novas regras relacionadas ao uso do Cartão de Crédito pelas Instituições Financeiras, alegando maior clareza na relação com consumidores e que reduzirá o endividamento da população no consumo de crédito.

Se formos analisar em relação a transparência das faturas, a redução para apenas cinco tarifas a serem cobradas, realmente transmitirá uma maior transparência para os consumidores de crédito. Mas o ponto fundamental, que seria a redução do endividamento, deve ser questionado. Pergunto: Qual a principal causa das pessoas criarem dividas impagáveis e sues cartões de crédito?

O Banco Central, a partir de 1°de Junho, definiu que o valor do pagamento mínimo pago para a fatura do cartão, passará de 10% do valor da fatura, para 15% e, em Dezembro, passará para 20%. Essa medida é restritiva para  uso do cartão de crédito e se não for plenamente explicado, ao invés de reduzir  endividamento das pessoas, aumentará e gerará maiores dificuldades para o pagamento mínimo do cartão. Eles alegam que se os consumidores de crédito pagarem um valor mínimo maior, os juros irão incidir sobre uma parcela menor. Até aí tudo bem, mas na realidade a coisa se agrava.

Quando você não paga  valor total do carão, a diferença entre o valor mínimo pago e o valor total, se reincorpora ao saldo devedor do cartão, incorrendo juros. Esses juros giram em média mensal em torno de 13%, variando de acordo com cada instituição. Ao ano, esse valor pode chegar, com juros acumulados, em torno de 330% do valor total da divida que foi criada nos 12 meses anteriores. O Valor mínimo representa, praticamente, que o consumidor de crédito pagou um valor mínimo sobre o valor total da fatura que não o tornará inadimplente, mas em sua maioria,  valor mínimo não cobrirá nem o juros cobrados mensais sobre o saldo devedor, divida  do cartão. O mais importante é: se é aumentado o valor mínimo a ser pago, as pessoas terão maiores dificuldades para pagar o valor mínimo da fatura e caso você não consiga nem pagar o mínimo da fatura, as operadoras não considerarão aquele pagamento e Irão calcular juros sobre o total do valor do saldo devedor que os consumidores de crédito possuem no cartão. Logo, haverá maior dificuldade para pagamento do mínimo e, as pessoas poderão se tornar inadimplentes mais rapidamente, já que os juros continuarão sendo altos.

Vamos imaginar a seguinte situação:

Divida no Cartão (Saldo Devedor Total)= R$1000,00.

Juros no cartão = 13%ao mês.

Valor mínimo para pagamento antes de 1°de Junho de 2011 = R$100,00.

Valor mínio para pagamento a partir de 1°de Junho de 2011 = R$150,00.

Observem que o valor mínimo nesse caso, com as novas regras, se tornou 50% maior. Um consumidor de crédito que ficou sem condição de fazer o pagamento total da fatura por diversos motivos e, só teria condição de cumprir com o valor mínimo da fatura, terá que desembolsar 50% a mais do valor mínimo que ele pagaria. Se esse cidadão não tem condição de pagar um valor além do mínimo, em alguns meses, não terá nem mais condições de pagar o valor mínimo da fatura.

Essa medida foi tomada na intenção de restringir o consumo de crédito da população, já que o aumento do consumo de crédito, gera inflação, pois exerce um movimento de endividamento da população a longo prazo, através de uma alavancagem financeira indireta.

Se o Banco Central tivesse a verdadeira intenção redução do endividamento da população em relação ao consumo de crédito, criaria uma norma limitando o valor dos juros cobrados pelas instituições financeiras, que são os principais fatores que geram endividamento da população.

Além do país pagar o maior juros do mundo para investidores, banqueiros, etc, a população direciona um gasto excedente com os juros cobrados pelas instituições financeiras, que poderiam estar sendo aplicado em consumo direto em bens de consumo ou investimentos diretos e capital produtivo.

Quem estiver com dívidas no cartão, me disponibilizo para realizar cálculos de revisão da divida de acordo co que a justiça estipula. Não acreditem nessa boa intenção toda do Banco Central em reduzir o endividamento da população que consumo crédito.