segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Reflexão e Pensamento


Diante de tanta destruição na Região Serrana, hoje o assunto será mais subjetivo, sem conclusões ou afirmações, somente uma reflexão.

Fiquei impressionado com tudo que aconteceu nessa última semana. Normalmente, quando acontece algum fenômeno natural desse porte, sempre se tem algum receio do que possa acontecer, mas nunca sabemos a proporção exata da destruição. Nesse tipo de acontecimento, não existem culpados. Ano passado, quando ocorreu o deslizamento no Morro do Bumba, pessoas e mídia tentaram achar um culpado para justificarem o ocorrido. Se fossem para achar culpados, não deveriam achar apenas um, seria difícil até encontrarem todos, pois isso não aconteceu instantaneamente, são reflexos do passado que se evidenciam hoje.

Quero falar sobre valores pessoais que refletem na comunidade como um todo. Esses tipos de acontecimentos induzem uma reflexão sobre valores sociais que deixaram de existir. São valores e princípios que deveríamos recomeçar a discutir. Será que se fossemos solidários e agíssemos de forma honesta constantemente, esse tipo de acontecimento ocorreria na proporção que foi?
Um dia escutei uma frase, de algum pensador, onde dizia que o homem(ser - humano) era egoísta por natureza. Achei aquele termo um pouco forte demais, generalista, e como não gosto de injustiças, sempre achei que se quando generalizasse alguma coisa, existiria uma certa injustiça nisso.

Durante a faculdade, li um livro sobre Formação Econômica Brasileira onde o autor considerava o brasileiro o “Homem Cordial”. Sempre acreditei que o brasileiro era um povo acolhedor, que recebia os estrangeiros com cordialidade de forma natural e espontânea. Na verdade, sempre houve um interesse por trás disso, a cordialidade poderia parecer natural, mas existia um sentimento egoísta de tentar ser cordial para buscar interesses próprios.

Passei um tempo da minha vida morando fora do país, mais precisamente nos EUA. Muitas pessoas diziam que lá as pessoas eram frias e mal educadas. Foi aí que comecei a entender que nem tudo que se ouve dizer é verdade. Encontrei um povo com valores, onde lutam pelos seus interesses, possuem educação e te tratam dessa forma mesmo você sendo estrangeiro. Lá você é honesto até que provem o contrário e tomei isso como um valor pessoal. Por que tenho que desconfiar das pessoas até que elas me provem que posso confiar nelas? Por que não fazer o oposto, acreditar até que elas me provem o contrário?

Hoje, ajo dessa forma, acredito nas pessoas até que me provem que não posso mais acreditar. Precisamos começar identificar as pessoas que realmente possuem valores e princípios comuns a maioria, do que mantermos valores corrompidos em função de um interesse único e egoísta.
Precisamos trabalhar nossa credibilidade em relação ao mundo. Nos tornarmos pessoas solidárias e que praticam o bem todo dia e não somente quando ocorre um desastre desse tipo. Precisamos rever nossas atitudes egoístas e, mesmo sendo as vezes contrariado por atitudes de terceiros, que demonstram que não devemos realmente confiar nas pessoas até que nos prove o contrário, é aí que valorizamos ainda mais a nós mesmos e identificamos em quem realmente acreditar.

Que esses voluntários sejam recompensados com palavras de gratidão pelo resto da vida e que possamos valorizar mais quem merece.

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